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19.5.08

Tenho uma tigelinha azul que nasceu aqui em casa. Antes, só tinha uma grande ― esta, adquiri já adulta. Deve ter chegado grávida, pois a outra surgiu sem aviso, minúscula, emborcada num canto de prateleira. O mesmo azul transparente, a mesma aba na borda. Estranhei o tamanho a princípio, pois nela não cabia sequer um terço das pipocas que cabiam na outra. Mas como não sou de dar crédito à memória, convenci-me tratar-se da antiga. Afinal, até a aba na borda era idêntica. Para minha surpresa, meses depois encontrei a mãe toda empoeirada dentro de um armário. Procurei a menor e só tirei a prova quando vi as duas na mesa, dispostas lado a lado. Agora elas vivem juntas, uma dentro da outra. Estranho a pequena não ter crescido mais. Deve ser anã, por isso ficou assim tão miúda.
Tigelas azuis transparentes [David Pádua]

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